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Teste da orelhinha, a triagem auditiva neonatal

  • Foto do escritor: Mariana Favoretto
    Mariana Favoretto
  • 4 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

Você já se perguntou por que o teste da orelhinha é realizado nos recém-nascidos? Ou tem curiosidade de saber como ele funciona? O que significa quando o bebê passa ou reprova no teste?


No Brasil, em 2 de agosto de 2010, a Lei nº 12.303 tornou obrigatória a realização da triagem auditiva neonatal em todos os recém-nascidos até um mês de vida. A perda auditiva é a doença congênita mais comum. Estima-se que 3 a cada 1.000 nascidos tenha algum grau de perda auditiva, o que representa, por exemplo, quase três vezes mais do que a quantidade de crianças com síndrome de Down (1,1 a cada 1.000 nascimentos).

O papel da audição no desenvolvimento da criança é essencial para que ela apresente um bom desempenho nas áreas sociais e acadêmicas. Quanto mais cedo a perda auditiva for identificada e tratada, menores serão os prejuízos para o seu desenvolvimento.


O que é o teste da orelhinha?

É um exame de triagem auditiva para detecção de perda auditiva ao nascer. Trata-se de um exame de alta sensibilidade para detectar a perda auditiva.

A triagem auditiva neonatal pode ser realizada com as Emissões Otoacústicas Evocadas, um exame rápido que dura poucos minutos e é indolor. Nesse exame, coloca-se uma sonda no ouvido do recém-nascido, conectada a um aparelho que detecta se há resposta das células da cóclea (órgão auditivo do ouvido).

Em alguns casos, em crianças que apresentam fatores de risco para perda auditiva, o exame realizado pode ser o Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE, ou BERA, em inglês). Esse exame também é indolor, mas um pouco mais demorado. Colocam-se alguns eletrodos na cabeça do bebê e uma sonda nos ouvidos. Nesse exame, analisamos toda a via auditiva, desde o nervo auditivo até os centros cerebrais responsáveis pela audição. Ele dura em torno de 30 minutos.


O exame do meu filho veio alterado, devo me preocupar?

O exame de emissões otoacústicas, que é o mais utilizado nas maternidades, é um exame de alta sensibilidade para a detecção de perda auditiva, mas existe a possibilidade de falsos negativos. Ou seja, não é porque o resultado foi "não passou" que o recém-nascido necessariamente tenha perda auditiva. Alguns fatores, como a presença de líquido amniótico na orelha média ou a presença de vérnix no canal do ouvido, são comuns nos recém-nascidos e podem gerar um resultado negativo no exame de emissões otoacústicas. Por isso, é extremamente importante repetir o exame (reteste) em até 30 dias para ter certeza do resultado.


Caso meu filho passe no teste da orelhinha, isso quer dizer que ele escuta bem e eu não preciso mais me preocupar com a audição dele?

Não. Embora o exame de triagem tenha uma alta sensibilidade para detectar perda auditiva, alguns tipos de perdas leves podem não ser detectadas e alguns tipos de perda auditiva podem se desenvolver após o período neonatal. Portanto, os pais devem sempre estar atentos ao desenvolvimento da linguagem e à percepção auditiva da criança. Ao menor sinal de atraso no desenvolvimento da fala ou se a família desconfiar de algum problema auditivo, deve-se procurar um otorrinolaringologista o mais breve possível para realizar uma avaliação auditiva.


Meu filho reprovou no teste e no reteste da orelhinha, e agora?

Ele deve ser encaminhado para um otorrinolaringologista para realização de exames complementares e avaliação aprofundada para confirmar o diagnóstico de perda auditiva e determinar o grau da perda (isso deve ser feito até os 3 meses de vida). O início do tratamento deve ocorrer imediatamente após o diagnóstico ou até os 6 meses de vida, com o uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) ou outros implantes e aparelhos auditivos.


Quais são os fatores de risco para perda auditiva congênita?

Alguns fatores são:

  • História familiar de perda auditiva na infância

  • Internação em UTI

  • Uso de alguns antibióticos (gentamicina, tobramicina) ou diuréticos (furosemida)

  • Infecção intrauterina, como sífilis, citomegalovírus, rubéola, entre outras

  • Malformações crânio-faciais

  • Síndromes que cursam com perda auditiva

  • Desordens neurodegenerativas e neuropatias

  • Infecções neonatais

  • Trauma craniano

  • Quimioterapia


Se meu filho não tem fatores de risco, ele deve realizar o teste da orelhinha?

Sim, todas as crianças devem realizar o teste de triagem auditiva até 1 mês de vida, exceto quando problemas de saúde a impeçam. Estima-se que metade das crianças com perda auditiva congênita não apresentem fatores de risco. Na maioria dos hospitais, o exame é realizado nas primeiras 48 horas de vida, antes da alta hospitalar.


Seu filho reprovou no teste da orelhinha ou você está preocupada com a audição do seu bebê? Agende sua consulta!


Mariana Favoretto

Otorrinolaringologista

Otologia e Base Lateral do Crânio

CRMSP 199194 / RQE 103781

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